terça-feira, 4 de maio de 2010

Páginas de um diário sem tabulação - Parte XI

"Uma pessoa não é só um amontoado de frasezinhas supostamente brilhantes. Claro! Por trás disso há o que sentem, e nem sempre se mostra."

Certa vez me disseram que a vida é feita de bons e maus momentos, mas sempre em equilíbrio.
Hoje, na aula de relações familiares, a professora frizou várias vezes que não há crescimento sem dor, é um mal necessário.
Dentro disso, me peguei pensando na volta para casa, no significado da palavra dor e seus singulares.
Dor, angústia, ferimento, aperto.. tantas coisas se passam comigo e nem mesmo sei por onde começar á contar ou pensar. Talvez devesse parar por aqui, ou devesse tentar resolver apartir de onde penso ter me perdido, ou talvez me abandonado.
Dói não saber o que se passa, dói não saber de onde vem a dor e dói mais ainda saber que o doer é apenas o começo.

E mais uma vez me deito no chão deste quarto de hotel e observo o céu pela janela. O dia está terminando e o sol já está se pondo. Há uma imensa massa de nuvens coloridas que se mesclam formando outras cores.
- Queria um dia fazer da minha vida esse céu! - penso eu neste momento

Dia após dia levo comigo idéias nas quais as outras pessoas julgam como loucura, mas que para mim, seria uma perfeição. Teria eu criado uma utopia única, a utopia que levava-me á realização de meus desejos, aqueles que jamais ninguém poderia me ajudar? Coisas do sonho de uma menina.

Me lembro de uma frase de Rachel de Queiroz na qual dizia: "A gente nasce e morre só. E talvez por isso mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado".

Sinto falta de alguém por perto apesar de ter me isolado, mas hoje, e talvez só por hoje mesmo, eu só queira poder esfriar a cabeça e ficar um tempo á mais comigo. A solidão têm me feito uma boa companhia ao longo de meus anos, mas sei que, ao encontrar outras pessoas, estarei interpretando um papel no qual não me identifico no momento, não quero para mim.. ou até quero, mas não é o momento.

Tenho passado um longo tempo aqui só pensando e viajando em filosofias das mais baratas que sei que jamais ninguém se dará conta do que eu quis expressar ou do quanto isso é significante para mim. Também não exijo que as pessoas me entendam, cada um tem sua percepção diferente de realidade e mundo, e sei também o quanto eu sou prolixa para diversas coisas na minha vida, não obstente seria para minha pessoa como um todo.

Gostaria de ao menos um minuto não pensar em toda esta questão, mas não sai de mim, está fixo e preso em algum lugar do meu lado esquerdo, bem aqui no peito. Isso aumenta á cada minuto e nem ao menos tenho noção de sua imensidão ou gravidade. Não me passa a idéia de existir algo aqui que eu não queira. Não me passa a idéia.

"É preciso ter dúvidas. Só os estúpidos têm uma confiança absoluta em si mesmos.” Orson Welles

Me encontro com uma vaga mente que vigia o que não deveria mais espiar. Ele está me mostrando apenas a quantidade de sentimentos que um dia o feriram e que eu ainda não consertei, pelo menos me disseram isso, mas acredito que seja uma daquelas coisas genéticas, afinal, minha família provém de grandes marcas dessa mesma história.. coisas que se repetem de geração em geração e ainda não colocamos um fim.

2 comentários:

  1. queria mt poder saber como te ajudar...sério...
    por causa da distância, só temos as palavras como aliadas...e não sei se nessa situação elas são suficientes

    vou ficar aqui na torcida para q tudo saia da melhor forma possível

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  2. obrigada por se preocupar e tentar ajudar, mas no momento, nem eu mesma sei como isso é possível

    obrigada novamente

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