domingo, 6 de junho de 2010

Escrito por uma saudosa árvore

Eu realmente devo ter sérios problemas.
Já é de madrugada e não consigo dormir, sinto uma tristeza que me fere e choro; uma tristeza que me incomoda e me faz levantar da cama para escrever em um caderno. Poxa, escrever! Justo eu que só escrevo em uma folha de prova e ainda assim não é lá grande coisa.
O estresse me consumiu e está despertando em mim sentimentos que eu não quero. Luto contra eles.
Tenho sentido falta de tanta coisa, de tantos alguéns. Odeio essa parte dos meus pensamentos. Relembrar o que não posso ter novamente.
Estou odiando sentir falta de um amigo, aquele que passava tardes de sábado comigo conversando, alternando sempre quem deitava no ombro ou colo de quem, do amigo que me alegrava sempre e me fazia sorrir e gargalhar até eu perder o ar. Tenho saudade de ter um amigo homem e odeio admitir isso.
Odeio minha capacidade única e inata de sentir vazio existencial em pleno sábado á noite!
Odeio ter que mostrar algo á mais de mim quando as coisas não vão bem pois sei que que ler vai ter uma visão errônea sobre mim e me achar um tanto vazia. Não nego que até sou, mas procuro sempre mudar isso e também não tenho culpa se eu só funciono e produzo dessa forma.
Ultimamente eu tenho sido bombardeada milhares de vezes por mim mesma. Não sei porque eu ainda teimo em discutir comigo. É, ok, não me ataque com frases um tanto clichês de psicólogo que só se cresce e se conhece passando por essas coisas porque disso eu já tomei ciência há um tempo. Não quero análises, quero apenas o silêncio.


"Alguém me interne no paraíso
preciso urgente dar um tempo por lá"


Me disperso da escrita e me transporto para um lugar que não conheço e repentinamente me lembro de frases avulsas que escrevi em outros textes do meu blog. Agora estou mais confusa do que quando comecei á escrever.
Ontem de manhã eu fui á uma praça aqui perto de casa, me sentei e passei alguns minutos olhando para as folhas secas de outono que alí haviam caído. Filosofei sobre uma árvore e foi então que acreditei que eu também era uma. Nós duas somos estáticas, de quando em quando levam algo de nós sem permissão, amanhecemos e temos gotas de orvalho nos tocando, muitas vezes passamos por dispercebidas, mas sempre temos um folgado procurando por sombra e aconchego. É isso, me encontrei no mundo, sou uma árvore!
Aaah que beleza, por que eu estou falando isso? Tá, têm minha permissão para me considerar uma louca. Pelo menos assim eu fico menos constrangida, já que eu sei que é isso mesmo o que os leitores do meu blog devem estar pensando agora.
Bom, deixa eu retornar ao meu diálogo comigo mesma.
Acabo pensando que tudo isso é TPM. Seu eu fosse mesmo uma árvore, estaria livre disso também, o que me prova que não sou louca de me achar uma árvore porque ainda sei discriminá-la de mim. Não mudou em nada, né?
Vamos esquecer este trecho.
Estou tentando encontrar aonde eu me perdi em toda essa história e descubro que na verdade, eu nunca me encontrei. É, eu percebi o quanto tudo isso que estou dizendo é sem noção alguma e não tem coerência com o início desse texto-fala-conversa-monólogo.
Mais uma vez me disperso.
Ainda sinto falta das tardes, do amigo, do ombro, do colo... ainda odiando não o ter mais ou não ter alguém em seu lugar.
Saudades desse mesmo (in)feliz que tocava violão e cantava comigo, que saia por aí comigo dançando em lugares públicos sem nos importar se havia alguém alí ou o que diriam.
Que saudades me dá!


"Oh! Que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais! "


Terceira vez que me disperso.

S-A-U-D-A-D-E

Saudade daquele abraço caloroso, do sorriso de paz e do olhar ternuroso.
Me despeço de mais um pseudo-texto na esperança de conter mais meus sentimentos e pensamentos que se movimentam como um turbilhão agora. Já passa das 3hs e preciso descansar. Precisava de um afago.
Talvez esse meu momento de carência tenha um fim quando eu acordar, ao despertar com as gotas de orvalho, voltando á ser como uma árvore.
Peço perdão pela minha ignorância ao me permitir que só eu falasse e por rasurar ínfimas palavras inconsequentes, sem nem mesmo equalizá-las em algum momento, mas é isso o que se passa por uma mente iquieta e estressada de uma árvore tão saudosa.

And here we go again!!!
Beijos da Samurai

Um comentário:

  1. Seu texto é triste, mas há tempos aprendi que é da tristeza q brotam as mais belas poesias. E alguma razão isso há de ter.
    Eu tambem sinto saudades, semelhantess às suas, mas no momento elas não me acometem: o presente tem me consumido demais. E oh, eu gosto disso, sabia!?

    PS: vc citou um trecho de KiLLi *-*

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