sábado, 29 de agosto de 2009

Procura-se meu soldadinho de chumbo? Não mais!

Procura-se meu soldadinho de chumbo
(publicado no blog dia 24 de março de 2009)

Dentre tantas noites que passei acordada, me recordo de uma em especial, que gostaria de passar para as folhas deste diário. Terça-feira, dia 3 de setembro. Uma noite fria e deprimente. Olho por uma pequena fresta da janela e vejo a chuva caindo, a vejo sendo arrastada pelo vento e sendo levada-a para tão distante de mim...
Do outro lado do meu quarto, na parede, vejo figuras sendo formadas por sombras, e próxima á elas, encontro uma pequena bailarina. Aquela tão frágil bailarina ganha vida e torna-se o centro da minha penteadeira. Sua graciosidade me fascina e me prende a atenção por alguns instantes. Me lembro de quando eu era criança e minha mãe lia contos para mim, dentre eles, a do soldadinho de chumbo. Logo, fantasio.
Onde estaria ele? Por quê não está aqui? O quão feliz essa bailarina poderia ser caso ele aparecesse? O quão feliz essa bailarina poderia ser com esse encontro? Por mais quanto tempo ficariam separados?
Me projeto nessa bailarina. Como eu gostaria de um dia dançar em frente de três grandes espelhos, embalada á uma doce melodia e um dia, talvez, encontrar meu soldadinho de chumbo.
A tempestade e o frio só me fazem perceber o quão só me encontro. Nem mesmo a lua me faz companhia, ela se esconde por detrás das nuvens, num misto de simpatia e timidez.
Meu coração continua á pulsar, mas não emite mais nenhum som. Apagaste de toda minha vida, eliminaste dos meus desejos, bloqueaste minhas emoções.
Não perco minhas esperanças e nem meus sonhos de menina. Idealizo minha vida como se fosse uma incansável busca da felicidade... uma felicidade que talvez esteja chegando junto ao meu soldadinho de chumbo.


Passaram-se 5 meses e agora comento sobre este post.
Escrevi esse texto quando eu estava perturbada internamente, de forma que nem ao menos eu sei como explicar.
Hoje em dia eu vejo o progresso, vejo o quanto mudei e em que pontos eu consegui atingir meus objetivos.
Aqui, minha vontade era de expor minha melancolia, minha tristeza que reservei apenas para mim e mais ninguém. Meu eu era o mais particular de todos, o que possui mais espaço e por isso, parecia ser mais intenso, mais confuso e mais abrangente.
Hoje é sábado, 29 de agosto. Foi um dia um tanto convencional, com alguns minutos de estresse extremo, porém, não deixo que isso me afete á ponto de perder a minha linha de raciocínio.
Acordei cedinho, olhei para a parede e as persianas faziam seu sombreado de maneira graciosa, perfeita. Não notaria esse tipo de coisa em outro dia da minha vida, mas tudo indicava que seria um dia perfeito, o dia em que minha inspiração retomaria e minhas linhas fluiriam com a mesma forma de há tantos anos.
Caminhando para a faculdade, me pego pensando mais uma vez em como estou. Passei por inúmeras metamorfoses nesses últimos meses e me perdi! Não reconheço a Sam de antes e muito menos a atual. Não consigo entender o que foi bom e o que foi ruim, acredito que minhas transformações tenham sido todas boas, mas ainda não me habituei.
Foi nessa caminhada que me lembre do texto do soldadinho de chumbo!
Uma das minhas maiores queixas até então era sobre exatamente sobre isso, o fato de minha vida ser uma enorme “coisa”, uma mutação atrás da outra. Me sentia abatida quanto á isso e conseguia pensar em outra coisa. Queria a felicidade, mas não achava o caminho, não sabia a poção mágica e gostaria de criar uma... mas por onde eu começaria?
Mas parando agora para refletir, vejo o quão bom me foi.
Cresci, amadureci, aguardei, meditei e agora sim encontrei a felicidade!
Me sinto plena, me sinto repleta, me sinto transbordando todos os tipos de afeto.
Meu soldadinho de chumbo por fim apareceu e pode me mostrar como caminhar aos melhores lugares, á encontrar minha felicidade escondida de mim mesma. Sim, eu a tinha, apenas não conseguia senti-la, isso porque não queria, me feria cada vez que pensava nas alegrias, pois dentro de uma delas, sempre tinha um grande vazio, o de não estar situada sobre o que eu realmente era.
Agora afirmo sobre a bailarina. Não só me projeto nela, mas sou ela!
Sinto a leveza do meu corpo enquanto danço ao leve som do piano, não há mais ventania, chuva ou trevas lá fora, a tempestade já foi embora.
Me pego e apego ao meu soldadinho e, daqui pra frente, escreveremos em contos nossas histórias e vivências. Transformemos de momento as inadequabilidades em lições, cogitaremos então, cada experiência de uma bailarina e o tão esperado soldadinho de chumbo.

And here we go again!!
Bjus da Samu

3 comentários:

  1. Esse seu post me lembra um que escrevi sobre a beleza de se escrever um diario e perceber depois de um tempo a mudança que sofremos. Por mais tocante que esteja o texto que escreveu, não conseguiu expressar o tamanho da sua mudança, como vc disse.
    A mudança que vejo é somente a ponta do iceberg, o mais incrivel aconteceu (e acontece) dentro de vc e isso é só pra sempre... Mudanças sempre e eu te amo em todas elas! Ui. To gay! rs

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  2. Oie! Tá tendo um sorteio lá no blog. Quando puder, dá uma passadinha lá!

    Bjs

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  3. Hahaha, agora vi que você segue meu blog mas nunca mais passou lá. =P E não entendi da onde me achou, but whaterver...
    Li o post abaixo, pra ser verdadeira, meu namoro foi mais ou menos assim também... Hsuiahsauihsauh
    Ah, sei lá mais o que dizer, mas beijos pra ti;

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