domingo, 2 de novembro de 2008

Páginas de um diário sem tabulação - Parte I


E assim se dá início á mais um daqueles dias de lamento. Me chamo fulana. Tenho tantos anos e sou estudante. Levo uma vida comum. Acordo cedo todos os dias, estudo o dia inteiro, volto pra casa, me ocupo fazendo trabalhos, lendo.. preparando meu futuro. Agora, estou passando minhas férias na praia... ou deveria. Estou aqui á 3 dias e até agora não sai deste quarto, apenas cheguei, passei na livraria deste hotel, comprei um livro e me tranquei aqui. O que faço de diferente a não ser sempre estar entorpecendo meu cérebro? Eu leio! Ok, não precisa começar a defamar. Eu leio sim, mas leio coisas que me tocam, relembro momentos despejados em folhas rascunhadas por mim e outras, por pessoas queridas que me fizeram bem ao longo de minha vida.
Dentre uma dessas horas de loucura, resolvi que iria abrir a gaveta da escrivaninha do hotel onde guardei minhas recordações, tirar de lá tudo o que guardo á anos. Queria me sentir feliz novamente e pôr meu coração no lugar, já que minha vida tem sido caótica o suficiente para me fazer querer sair ás ruas sem rumo algum e não voltar nunca mais.
Até este momento, tenho pensado que o melhor para mim têm sido ficar aqui sentada no meu cantinho, comendo chocolate demasiadamente e sujando minhas folhas com ele(sei que me arrependerei por isso depois, mas que culpa eu tenho? Não dá pra comer sem se sujar!! Sei que você faz o mesmo, então, não me venha julgando!!).
Abri a gaveta. Dela, retirei uma caixa negra, fechada com um trinco vermelho(ta, é do meu tempo de adolescente... também não sou e nunca fui perfeita, também já tive meu momento de rebeldia e, no seu ápice, gostava de me iludir com um fantasioso mundo dark, onde tudo que eu usava ou comprava, em sua maioria, era preto!). Essa caixa é muito especial para mim. Lá, você pode encontrar cada dia da minha vida em uma breve resenha.
Comecei a ler. Nossa, como é gostoso relembrar de velhos amigos, alguns que já se foram, mas me deixaram um pedaço de cada um deles escritas em algumas linhas, outros, que ainda estão em vida mas ocupados o bastante para não darem as caras, darem um telefonema, ou enviarem um email, o que fosse! Não os culpo por isso, há males que vem para o bem!
Estou bem! Sinto-me um pouco mais animada com tanta glicose que já percorre minha corrente sanguínea. Sinto-me bem o suficiente para levantar desse canto e me sentar na janela, defronte á sacada. Deixo a caixa negra ao meu lado. Ponho a carta que estou lendo sobre minhas pernas e olho fixamente ao horizonte. Avisto o mar. O dia está lindo! Á quanto tempo não paro para apreciá-lo! O sol está radiante, a areia está branquinha... de repente, me dá uma enorme vontade de descer e correr ao seu encontro, mas algo me diz para ficar. Não sei, não consigo descer apesar da vontade. Algo me prende áquele quarto.
Me perco olhando ao infinito. Crianças lá embaixo brincam na areia, parecem estar fazendo uma competição de castelinhos. Logo, relembro da minha infância. Adorava vir aqui com meus pais, neste mesmo quarto de hotel. Todos os dias de manhãzinha, eu acordava e já saia correndo para o mar. Quando a onda vinha me molhar, eu me afastava, fugia dela me sentindo superior, superior o suficiente para depois rir dela por ter conseguido molhar apenas os meus pés. Me sentia vitoriosa! Quem dera eu me sentir assim novamente.


Continua...

Um comentário:

  1. OMG!
    Meeeeu, eu adoreeeei³!
    Ficou perfeito! De verdade!
    Eu ia perguntar se foi vc mesma quem escreveu mas poderia parecer q eu to te desmerecendo, neeh? rs*
    Tá lindo! SUPER lindo!

    * cariiinho cariiinho *
    [ to aderindo à onda do reforço ;D ]

    Beeijo, Samuu!
    ;**

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