Pensando sobre o eu

Á margem do mar paira o vento
Em suas profundeza me encontro, aqui, congelada, vivendo da última fenda de luz que escondo dentro de mim.
Grito
Afogo
Desvendo
Defendo
E assim me nego.
Me depara comigo mesma me traindo, me desmascaro, me torno a vilã.
Me remexo, me torno desfecho.
Encerro minhas horas de um mundo cheio de discasos, meu último suspiro.
Nas leves ondas sinto-me embalar, sensação de conforto que se desfaz ao me deparar com meu próprio eu. Tudo perde o sentido, torna-se incomum.
Das marcas passadas, poucas cicatrizaram. Dessas, algumas estão novamente abertas, algumas mais doloridas quanto da primeira vez que surgiram. A água salina faz queimá-las, as fazem ser expostas á futuras agressões.
As minhas lágrimas são escondidas por entre os cubículos dessa imensidão. Me faço dela.
Me vejo mórbida. Minha mente não pára, há uma massa petrificada em mim que pulsa sangue, ou pelo menos deveria ser a sua função.

"Dizem que quem teme a perda um dia acaba por perder e que tudo aquilo que se evita pode acontecer"

Medo, anceio... falta de fazer falta, a falta que a falta faz.
Força, resistência, fé, otimismo... conjunto aleatório de palavras que me entorpecem desde o amanhecer, palavras que me são cobradas, porém, somente eu sei até que ponto elas se mantém, até que ponto posso mantê-las dentro de mim, bem ali, junto áquela luz que não me permite afundar além do que já estou, esvainecer-se.
Minha alma está adormecida, ferida, almejando ajuda, tentando renascer da escuridão, tentando salvar o pouco que resta, tentando não sentir todo ódio que carrega sobre mim mesma.

And here we go again!!
Bjus da Samurai