domingo, 28 de dezembro de 2008

Páginas de um diário sem tabulação - Parte VI

Já é de madrugada, está tudo escuro. Olho pela janela e vejo um grupo de pessoas conversando em um quiosque. Parecem estar se divertindo. Quase não é quartos com as luzes acessas, todos adormeceram. Eu ainda estou aqui, sentada nessa cama pensando...
Estou no meio de uma crise nervosa. Não consigo parar de chorar e no rádio só toca aquela mesma música. Mas que droga!
Agora me lembrei de um momento marcante para mim. Me lembro da última vez em que me deixei chorar dessa forma. Eu ainda era nova e sofri muito com uma perda. Perdi um ente querido. Foi aí que decidi não me prender á mais ninguém! Prometi á mim mesma seguir minha vida sozinha. Os dias me ensinaram á ter mais paciência em muitos momentos. Agora, sofro mais uma desilusão. Não me refiro apenas ás lembranças, mas á mim mesma. Eu me trai! Prometi não fazer novamente e me deixei levar por um momento, me envolver por um olhar. Esse foi meu maior erro!
Tenho duas escolhas: tentar encontrar um terapeuta ou aproveitar esses muitos andares e me jogar á baixo. Não, não pense que é exagero ou drama. Eu já não sei mais o que fazer e idéias passam pela minha cabeça. Está próximo do dia da re-matrícula da minha faculdade, mas não vou voltar para minha cidade, não vou fazê-la. Penso que, por este momento que vivo, o melhor é não voltar aos estudos, trancar a faculdade e só retornar quando sentir que é o momento. Mas são idéias, não me julgue pela forma na qual me exponho. Ainda tenho muito a dizer e tenho certeza que serei mal-julgada por isto. Mas não me importo! Antes dizer o que penso do que guardar e ferir mais tarde.
Esse tem sido meu cotidiano. Sentar, chorar, secar lágrimas, respirar, chorar novamente, pensar em sair e não ter forças nem ao mesmo para abrir a porta do quarto, então chorar de novo, criar coragem para mudar tudo e se sentir fraca pra isso, emocionalmente abalada...
Sabe, as vezes eu tenho vontade de viver uma história de “faz de contas”. Querer acreditar que tudo pode acontecer e que a vida pode ser magnífica. Que, de uma hora para outra, minha cretina vida se tornaria num sonho, onde por mais que tentassem destruir, não seria capazes, porque no final, o bem sempre vence. Mas há muito tempo isso perdeu o sentido para mim. A bruxa malvada da história têm sido mais forte, tem me perseguido, se mostrado mais presente do que a fada protetora.
Estou tentando seguir a vida como uma pessoa qualquer, mas está cada vez mais complicado, o círculo está se fechando e eu, estou passando por uma bulimia mental. Estou numa constante guerra comigo mesma, vivendo nesse mundo, idealizando um castelo e vivendo um carrasco.

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